ABOUT Björn, 1998, filho adotado de mãe coreana e pai islandês. Passou grande parte da infância na Islândia e voltou pra Coréia pra fazer o ensino médio já que os pais queriam que ele vivesse ambas as culturas. O plano era voltar pra Islândia mas acabou convencendo os pais a deixarem que ficasse aqui, na promessa de que cursaria direito mas cá está, fazendo o que o faz feliz. Sem com que soubessem, o rapaz cursou medicina e agora vive como residente pediatra. Viciado em filmes, séries e, claro, um bom café.

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Qual é sua situação de residência em Nampo?Oi, então. Eu moro em um prédio para estudantes desde que voltei pra Coréia. Antes disso, eu morava na Islândia. É uma longa história, mas se quiser ouvir, lá vai: nasci aqui na Coréia mesmo, minha mãe disse que passei meus primeiros dias de vida em um orfanato até que eu fosse adotado por ela, uma mulher coreana e pelo meu pai, um homem islandês. Eles ficaram cerca de um ano por aqui e depois fomos morar em uma cidadezinha bem pequena chamada Sauðárkrókur. Foi lá que eu cresci. Depois de terminar o ensino fundamental, voltamos para que eu pudesse terminar o ensino médio por aqui pois eles queriam que eu vivesse ambas as culturas. Após terminar o ensino médio, era pra eu ter voltado pra Islândia mas decidi ficar por aqui com a promessa de que cursaria medicina, mas veja bem, nada me encanta nessa área então por que eu dedicaria meu tempo à isso? Claro, vai ser uma encrenca e tanto quando meus pais descobrirem que decidi seguir o caminho da culinária, mas é algo que estou disposto a passar. E foi assim que vim parar em Nampo.Qual é seu restaurante favorito?Vejamos… Tabuleiro de mahjong e um bom cházinho. Isso soa familiar? Pois é: Yuxiang Teahouse. De tanto que visito o local, acabei fazendo amizade com algumas senhoras que até mesmo me ensinaram palavrões em mandarim. A partir desse dia, fiquei encantado. Ah, certo! Sobre o restaurante, especialmente nesse local tem algo que me cativa e me intriga.Qual é seu prato favorito?Nada como um tteokbokki apimentado na medida certa e cheio de queijo. Quando a gente morava na Islândia, era um evento quando minha mãe fazia esse prato. A casa lotava de amigos e vizinhos. É uma das minhas primeiras lembranças envolvendo a culinária, talvez por isso eu tenha tanto carinho pelo prato.

Qual é sua ligação com a Academia Daon Sarye?Atualmente estou cursando na academia. Dei minha vida e um pouco mais pra passar no exame porque era minha única chance de seguir o caminho que eu mesmo escolhi pra mim mesmo. Pode ser um pouquinho puxado, sabe? Principalmente no começo. Mas aos poucos fui percebendo que a rigidez dos instrutores era necessária pra me fazer entender que aquilo não era apenas sobre cozinhar, mas como viver a cozinha.Você tem algum talento relacionado à gastronomia?Apesar de eu ser grande e parecer desastrado, tenho uma delicadeza imensa quando se trata de alimentos. Minha mãe mesma pedia pra que eu a ajudasse a cortar a cabeça da ovelha que meu pai caçava pra gente fazer Svið, um prato típico por lá. Não querendo me gabar, mas também sou muito bom com carnes, em um geral.Qual é sua opinião sobre o futuro de Nampo?Como uma pessoa que passou bom tempo fora e conhece outras culturas, penso que seria ótimo se Nampo continuasse trazendo inovações. Seoul é gigantesca e a Coréia atrai cada vez mais turistas. Tais turistas podem sempre encontrar um restaurante de comida coreana em qualquer lugar, mas há poucos lugares onde você pode experimentar uma gastronomia diferenciada. E Nampo é um deles.